Depoimento do Francisco
Estudante do Liceu Nilo Peçanha em 87/88 e do Acadêmico Centro(89). Foi membro da CPEN e do Pró-UNES e Diretor de Imprensa da UNES na primeiragestão e membro á época da OJL (Organização da Juventude pela Liberdade.Formou-se em Direito. Foi policial civil e atualmente é Analista Judiciáriodo TJERJ e estudante do curso de Bacharelado em História da UniversidadeFederal Fluminense U.F.F.
Minha passagem pelo Movimento Estudantil Secundarista de Niterói foi antecedida pela entrada em 1986, com quinze anos, para o Partido Comunista do Brasil (PC do B) em São Gonçalo. Achava lindo a foice e martelo cruzados que via em um outdoor instalado no Rodo de SG. Estudava em um colégio particular em SG de onde fui convidado a me retirar devido às minhas idéias políticas e pela vontade de fundar um grêmio estudantil no colégio. Dentro da dura realidade do depauperamento da classe média (meu pai é militar de carreira, no caso, suboficial da Marinha do Brasil) fui obrigado a sair do colégio particular em São Gonçalo e fui estudar no Liceu Nilo Peçanha, que tinha (e tem) fama de ser um excelente colégio da redepública de ensino.
Matriculei-me graças a minha mãe, que foi conversar com a diretora da época do colégio, pois havia estourado o prazo para inscrição para se tornar aluno. Na semana em que estreei no colégio, lá estava eu, participando de um ato contra a suspensão de um aluno (Johnson Braz), que participara de uma reivindicação: a Liberação do chamado bermudão para os alunos estudarem. A diretora quando viu veio em cima como uma fera me questionando porque estava participando daquele ato e que eu era um ingrato, pois esta havia arranjado uma vaga para que eu estudasse no colégio e nem ao menos eu a ouvi. (isto é verdade, mas a solidariedade estudantil me falou mais alto e me encantei com o movimento estudantil e a oportunidade de participar de maneira efetiva pela primeira vez). Concorri para o grêmio como vice na chapa Germinando, contra a chapa Conversação, que tinha apoio da direção da escola eapoio do “movimento paralelo”, do MR-8. Em uma eleição disputadíssima, na qual perdemos por apenas 23 votos (em um colégio de mais de cinco mil votantes), e termos duas urnas impugnadas em turmas nos quais teríamos votação maciça, com a presidente da comissão eleitoral tendo-a feito alegando que eu fiz um sinal para uma aluna, indicando o número da chapa (desculpa mais esdrúxula). Ficamos na oposição, enfrentando um grêmio com apoio da máquina da direção da escola e das entidades paralelas estudantis e enfrentando a perda de Johnson, velha guarda e liderança natural que se formara. Foi parada dura.